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terça-feira, 15 de março de 2011

O diagnóstico de câncer não significa uma sentença de morte


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Tratamentos evoluíram

Em meio à agitação da clínica veterinária, Penélope, 7 anos, sem raça definida, chamava a atenção. Deitada no colo da tutora, a aposentada Zuleika Santos Andrade, a cadelinha tinha um ar abatido. Ela havia acabado de receber uma transfusão sanguínea — rotina desde que foi diagnosticada com um linfoma de intestino, em novembro passado. A doença foi descoberta por acaso. Zuleika achava que a Penélope estava prenha por conta do abdome dilatado.

— Estamos na luta — desabafa em voz baixa, como se não quisesse incomodar a tristonha vira-lata.

Se for operada, Penélope pode não resistir.

— Ela está em tratamento. Começou fazendo quimioterapia uma vez por semana. Agora é quinzenal. O câncer teve um regresso, mas infelizmente os médicos falaram que operar seria um risco — relata a dona.

Segundo a aposentada, o quadro é instável: há dias de melhora e outros em que a cachorra passa muito mal.

— Mas estamos tentando todos os recursos — resigna-se.

A cadela Golden, também sem raça definida, é a prova de que não se deve perder a esperança. Em 2007, constatou-se que ela tinha um tumor venéreo transmissível (TVT) e, hoje, está curada. Lacy Mesquita Oliveira, 57 anos, dona de casa, conta que o animal apareceu na vizinhança e não foi mais embora.

— Ela estava suja, com fome e ferida na região da genitália — descreve.

A descoberta do câncer não foi imediata. A princípio, uma veterinária falou que era uma bicheira, uma infecção na pele causada por moscas.

— Foi tratada com antisséptico e antibióticos, mas o sangramento não parava e a veterinária indicou a castração para que ela não ficasse prenhe.

Só que ela já esperava filhotes, de modo que não não pôde ser tratada do câncer até o nascimento da ninhada – a quimioterapia, muito provavelmente, provocaria um aborto. Assim, durante a gestação, Golden foi tratada com antibióticos e vitaminas que a fortalecessem. Agora plenamente restabelecida.

Um mal associado à longevidade

A possibilidade de cães e gatos desenvolverem câncer cresce com o avanço da idade.

— Houve aumento na expectativa de vida dos animais e, como consequência, as doenças evoluíram — explica o oncologista-veterinário Paulo Tabanez, também especialista em infectologia.

A boa notícia é que os tratamentos também se sofisticaram.

No passado, não havia medicação para câncer em animais, e os tumores não eram tratados.

— Ou ele morria antes de se diagnosticar o câncer ou era sacrificado — constata o especialista.

Atualmente, a eutanásia não é a melhor solução para abreviar o sofrimento do animal — há tratamentos curativos e paliativos mais eficientes.

De fato, o câncer animal pode ter diferentes prognósticos. Conforme o caso, pode-se optar entre métodos cirúrgicos e medicamentosos – ou lançar mão de ambos.

— Quando não é possível operar o animal, há medicamentos que promovem qualidade de vida, trazendo alívio para a dor — complementa.

Todavia, alguns efeitos colaterais podem ser penosos. Os quimioterápicos causam desde queda de pelo a náuseas, vômitos e leucopenia (também chamada de aplasia de medula, quadro em que o os sistemas de defesa do organismo ficam debilitados).

— Para minimizar esses efeitos, o veterinário pode prescrever medicações que protejam a mucosa gástrica — complementa Tabanez.

O que pode trazer bem-estar ao animal durante o tratamento

- Medicações para controlar vômitos e proteger a mucosa gástrica

- Sessões de acupuntura

- Alimentação balanceada com fórmulas específicas para cães com alterações gastrointestinais, renais e hepáticas.

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